Tuesday, January 03, 2006

Disco quebrado

Relendo escritos antigos ( o sem fim arrumar de gavetas!!) encontrei uma porção sem data. sem nomes. Pânico - estórias tão iguais e sempre eu tentando provar que agora é diferente, que "depois de tanto tempo ( ou de fulano) é a primeira vez que" . Olhando pra trás, a luz do tempo, certeza de ter sido quase sempre a mesma estória. Não que seja uma grande revelação, mas foi assustados perceber quão iguais são os ecos em mim... Aliás, senão por um ou outro detalhe - um nome de filme ou de boteco, quase não é possível saber de quem estou falando. As vezes, nem a data ajuda, tão turbulentas/paralelas/ atropeladas costumam ser minhas emoções.

Então ficou uma sensação de "dia da marmota"... e eu, que busquei todos os motivos do mundo para virar as páginas, sem perceber acabei caindo no "volte 20 casas"...
E o ano não muda se acreditarmos que alguma coisa deve acontecer para ser feliz. Nada precisa acontecer para que a felicidade venha. Ela já deveria estar dentro despertando a delicadeza. Não pode ser condicionada a um plano profissional, emocional e de saúde. Não será a lentilha ou a roupa branca que determinarão a conduta. O que passou não acabou - ainda é. Ciscar para trás pode ser mais verdadeiro do que andar para frente.
Aceita-se a ilusão de que, ao apagar o ano passado, eliminam-se os problemas. (...)
Esquecemos que a primeira refeição do ano costuma ser as sobras do jantar.
(Carpinejar)

Então é meio isso... e se o que sobrou foi um pão velho, coragem! talvez seja preciso reunir forças (e legumes!!) e preparar um boa sopa que o justifique. Ou, como faria minha avó, levar para São Judas benzer e esquecê-lo dentro da lata de açúcar. . Ou encharcar de alcóol e usar para acender a churrasqueira, se ele merecer mesmo virar fumaça e sumir pra sempre.

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