Wednesday, December 07, 2005

Molecagem

Ando sem muito tempo para "internautices"...

Talvez por querer ser muito cuidadosa com o que escrevo, este respeito à palavra escrita de sempre... Mas fato é que ando deixando de registrar algumas "pérolas"/ perguntas/ pensamentos desses ultimos tempos...
Então aí vai, meio em "stacatto", sem pensar muito, ou melhor, disperso como andam meus pensamentos....

- Estou praticamente desde que voltei de férias sem celular ( esqueci em um treinamento e´foi toda uma epopéia/palhaçada para recuperar). Talvez a única forma de eu me proteger de mim mesmo. Menos da mulher butoh e mais, muito mais, da menina que quer tanto colo sempre.


- Pra toda mulher que tenta descobrir sobre suas vidas passadas é dito que ela foi uma mulher de personalidade forte no Egito ou na Grécia e também uma cigana. Será puro charlatanismo? Ou serão simplesmente estes os melhores arquétipos para justificar os comportamentos/ medos mais frequentes da mulherada? Será que todas as egipicias, gregas e ciganas re-encarnaram como classe média paulistana? Fato é que nunca ouvi ninguém dizer que teve uma vida ordinária (plantadora de trigo, lavadeira, sei lá...) em outra encarnação...

- Comprovação do óbvio ululante - reaplicar técnicas de extremo sucesso em outros tempos não implica em sucesso nestes tempos. Principalmente em tempos de reforma, com tanta água tendo passado e passando embaixo da ponte. Principalmente com tão menos pre-disposição a soltar as rédeas. Principalmente depois de ter sido tão mais. A boa notícia é que sem dúvida o próprio "tão mais" reaplicado também já seria bem menos.

- Coisa mais triste ser cúmplice de um casamento em declínio. "loose-loose" proposition. Didático, entretanto. O pouco empenho, o pouco cuidado com os detalhes, taking all for granted... atribuí o início do declínio a este comportamento. E anotei no caderninho com todas as outras coisas que eu gosto de imaginar que conseguirei evitar (até me flagrar fazendo igualzinho, igualzinho.... )

- A cada silêncio mais longo, vontade de jogar tudo pra cima e sair correndo. A cada palavra doce, alívio por não ter jogado nada e ainda mais vontade de manter tudo por perto. trazer pra dentro. Mas... "Como é que eu me apoderaria daquilo (...)?Aproximei-me.Não podia me dar ao luxo de pedir, lembrei-me de todas as vezes em que, por ter tido a doçura de pedir, não me deram."(Clarice Lispector)

- Conselho mais escutado: "deixar as coisas acontecerem espontaneamente". E quem me ensina a desligar essa "porção Woody Allen" do cérebro ?

- ùltima inquietação: Quem quer muito, muito voltar para algum lugar... é no espaço ou no tempo que quer voltar?

Enfim, fica aqui, meio de qualquer jeito, meio "fazendo na cozinha uma careta para as visitas que estão na sala"(Clarice ou Fernando Sabino, já não sei).

Meio uma molecagem, muito para que não se perca mesmo.

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