Sede no fim
Não sei como me defender dessa ternura que cresce escondido e, de repente, salta para fora de mim, querendo atingir todo mundo. Tão inesperada quanto a vontade de ferir, e com o mesmo ímpeto, a mesma densidade. Mas é mais frustrante. Sempre encontro a quem magoar com uma palavra ou um gesto. Mas nunca alguém que eu possa acariciar os cabelos, apertar a mão ou deitar a cabeça no ombro. Sempre o mesmo círculo vicioso: da solidão nasce a ternura, da ternura frustrada a agressão, e da agressividade torna a surgir a solidão. Todos os dias o ciclo se repete, às vezes com mais rapidez, outras mais lentamente.
E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim.
- Caio Fernando Abreu -
31/08 - Cabe aqui um trechinho da música do Paulinho da Viola que o Gustavinho me apresentou, em meio a cervejas mil - aliás, no próprio dia 12... algo como " bom saber que a solidão é o começo de tudo"... que maluco eu só perceber o quanto ela encaixava aqui tanto tempo depois...
E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim.
- Caio Fernando Abreu -
31/08 - Cabe aqui um trechinho da música do Paulinho da Viola que o Gustavinho me apresentou, em meio a cervejas mil - aliás, no próprio dia 12... algo como " bom saber que a solidão é o começo de tudo"... que maluco eu só perceber o quanto ela encaixava aqui tanto tempo depois...
1 Comments:
Sede de Você
(para Juliana, minha menina de saia)
Menina de saia,
Linda, bela
Sorriso perfeito
Como resistir-te?
Menina de saia,
Rodada, rendada
Mais bela que teus olhos:
Tua alma
Menina de saia,
De sacis e de gente
Tamanha vontade:
Abraçar-te, acolher-te
(Para que nada fique dentro, fermentando... E porque preciso do desperdício de palavras para conter-me)
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