Thursday, October 13, 2005

Melindres de amiga traída

Tenho um amigo especialmente querido, desses que ja transitaram por muitos territórios nesse meu mundinho: já foi namorado, amigo que eu ficava mal quando encontrava, amigo que hoje em dia so faz bem quando encontro. E companheiro de copo, emprestador de livros, incentivador de tudo o que eu me propuser fazer... enfim, lavada a roupa suja (algumas baciadas!!) permaneceu como interlocutor dos mais preferidos, ainda que menos frequente do que eu gostaria.
"Eis senão quando", no meio de uma conversa das mais "à toa", fico sabendo que o rapaz em questão tem uma namorada - há anos! Me senti traída. Definitivamente, não pelos revivals que rolaram,em paralelo (suponho agora), até certo tempo atrás - até porque não sobrou nenhuma "ilusão romântica" dos tempos de namoro e afins... Foi a amiga mesmo que se sentiu traída - sei lá, por ter sido excluída, impedida de "participar", como amiga, desta parte da vida dele... "obviamente", pensando agora, algumas estórias fazem mais sentido com esta informacão - não como "quebra cabeca que faltava uma peça" - mas, mais que isso, como lente que transforma o jeito de olhar, agrega nuances distintas ao enredo todo...
Fico pensando: será que eu escolhi não perceber? Acho que não - acho que eu simplesmente gosto de acreditar na versão das estórias que me contam - no fim do dia, continuo acreditando que os "ecos" são mais importantes que os "fatos" - porque são as pessoas que me importam e não fatos per se.
Enfim - estou me sentindo meio traída, é verdade. Mas tambem um pouco aliviada, quase como se eu pisasse em terreno mais seguro. Vai entender.
Aliás, desde que comecei a escrever aqui tento entender " por quê" estou fazendo isso. Acho que é por medo de juntar mais uma baciada de roupa suja...até porque tem uns incardidos tão difíceis de tirar que acaba dando uma vontade de " deixar pra lá". E, em relacao a amizades, definitivamente não quero ser uma pessoa que simplesmente deixa pra lá...

Sei lá - acho que eu ando mesmo uma amiga meio "melindrada"... talvez por eu ter tentado nos ultimos tempos ser mesmo amiga, só amiga (como se houvesse algo de "só" em ser amiga!), me esforcado para não misturar demais as coisas, talvez pelo empenho que a "missão resgate" demandou e, com certeza, porque não faz parte dos meus planos perder mais um amigo querido este ano... E, sobretudo porque, conforme estava conversando com o Gustavinho outro dia, amigo é mesmo objeto maior do gostar - e portanto, qualquer coisa que coloque isso a perder reverbera demais, demais na alma...

(e mais um post vem à tona depois de um longo estágio entre os racunhos...)

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